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Refletindo sobre a Política como Vocação

Max Weber em sua obra "Ciência e Política, duas vocações", diz que ...Qualquer homem que se entrega à política aspira ao poder- seja porque o considere como instrumento a serviço da consecução de outros fins, ideais ou egoístas, seja porque deseje o poder "pelo poder", para gozar do sentimento de prestígio que só o poder confere. E ainda acrescenta, há duas formas de exercer política. Pode-se viver "para" a política ou pode-se viver "da" política. Nada há de exclusivo nessa dualidade. Até ao contrário, geralmente se faz uma e outra coisa simultâneamente, tanto na idealidade quanto na prática. Quem vive "para" a política a transforma, no sentido mais profundo do termo, em "objetivo de sua vida", seja porque encontra forma de gozo na simples posse do poder, seja porque o exercício dessa atividade lhe permite achar equilíbrio interno e exprimir valor pessoal, colocando-se a serviço de uma "causa" que dá significação à sua vida.

Neste sentido profundo, todo homem sério, que vive para uma causa,vive também dela. Portanto, assenta-se nossa distinção num aspecto extremamente importante da condição do homem político, que é o aspecto econômico. Do que vê na política uma permanente fonte de rendas, diremos que "vive da política" e diremos, no caso contrário que "vive para a política".

Refletindo sobre essas poucas palavras de Weber, começo a questionar que tipo de políticos a nossa sociedade constituem atualmente, será que a política se tornou tão banal, porque a grande maioria dos homens que poderiam ser grandes líderes em sua amplitude, acabam se confundindo entre o que é "viver para a política e viver da política".

Durante uma conversa que tive na rua com um comerciante,uma simples entrevista para um trabalho de campo que realizava envolvendo questões políticas, em uma resposta bem curiosa, ele comentou, que muitas pessoas querem sair candidatos a cargos políticos, e me questionou será que tem vocação para isso? E só agora consigo compreender de fato, Max Weber, destaca que na política é preciso ter vocação e ainda afirma, a política é um esforço tenaz e enérgico para atravessar grossas vigas de madeira. Um esforço desse tipo exige, a um tempo, paixão e senso de proporções. É perfeitamente exato dizer- e toda a experiência histórica o confirma- que não se teria jamais atingido o possível, se não tivesse tentado o impossível. E assim, o homem capaz de semelhante esforço deve ser um líder e não apenas um líder,mas um herói, no mais simples sentido da palavra. Até mesmo aqueles que não sejam uma coisa nem outra devem amar-se da força de alma que lhes permita vencer o naufrágio de todas as suas esperanças. Todavia, importa que se armem desde o presente momento, pois de outra forma não virão a alcançar nem mesmo o que hoje é possível. Quem tenha certeza absoluta de que não se abaterá nem mesmo que o mundo, julgado do seu ponto de vista,se revele extremamente estúpido ou extremamente mesquinho para merecer o que ele pretende oferecer-lhe, o que permanecer capaz de dizer " a despeito de tudo!", esse e tão somente esse tem "vocação política".

Percebemos que a política vai muito além do que estamos acostumados a presenciar,ela assim como uma profissão, pode nascer dentro da gente, ou descobrirmos no decorrer de uma vida que temos essa vocação, o mais difícil é saber para onde queremos ir, ou melhor o que estamos dispostos a fazer, Viver para a política ou simplesmente viver da política?!

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