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A Psicologia Mal - Entendida

Diante de tantos direitos que nossas crianças e adolescentes são amparados como: Estatuto da criança e adolescente (ECA), Declaração Universal dos Direitos das crianças (UNICEF), Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do adolescente (CONANDA) e tantos outros, muitos pais e educadores acabaram fazendo uma confusão de como educar sem traumatizar...Achei fantástico o texto abaixo e resolvi compartilhar!

Os psicólogos têm tido bastante trabalho para corrigir uma das maiores distorções que o uso popular fez das teorias psicológicas: a de que não se deve frustrar a criança para que ela não fique traumatizada. Não existe teoria cientificamente validada que recomende a falta de limites como método de criar filhos sem problemas. São nebulosas as origens desse erro de interpretação: remontam à década de 60, com as experiências de Summerhill, a onda da liberação sexual e do movimento hippie. No Brasil, a revolta contra o autoritarismo – não só da família patriarcal como também do regime ditatorial – o horror à repressão e à censura (“é proibido proibir”), entre outros fatores, acrescentaram outras pinceladas a esse quadro que, segundo o ditado, fez com que muitas famílias acabassem por “jogar fora o bebê junto com a água do banho”. Temendo serem vistos como castradores, repressivos e autoritários, muitos pais deixaram de exercer a autoridade parental e tornaram-se permissivos, inaugurando a “era da infantocracia” que tem tido resultados desastrosos, porque não consegue transmitir os valores básicos do convívio: respeito, consideração, generosidade, solidariedade, responsabilidade.
É grande também a confusão de conceitos: estimular a liberdade e a espontaneidade para expressar o que se sente não significa tolerar grosseria nem falta de educação; encorajar a expressão da raiva não significa aceitar todas as suas manifestações (como, por exemplo, xingar), combater a violência doméstica (dar surras) não significa deixar de disciplinar utilizando as conseqüências cabíveis quando crianças e jovens se conduzem de modo inadequado ou abusivo.
As principais conseqüências de ser criado com falta de limites são: falta de controle da impulsividade, dificuldade de controlar a raiva, pouca tolerância à frustração, incapacidade de esperar para conseguir o que quer, tirania, egocentrismo, dificuldade de perceber que os outros também têm direitos e desejos. Isso resulta em vários distúrbios de conduta e, sobretudo, na sensação de vazio e de insatisfação (quanto mais tem, mais quer). O uso de drogas e outras formas de consumo compulsivo são tentativas de preencher, inutilmente, esse vazio.
Educar com amor e sensibilidade significa respeitar os direitos da criança: de receber amor, carinho e bons cuidados para crescer construindo a noção de cidadania (com direitos e deveres); de receber orientação firme e clara sobre o que é permitido e proibido; de desenvolver habilidades e competências; de canalizar sua habilidade para fins construtivos, tais como assertividade e persistência para enfrentar os desafios e os obstáculos da vida (medida essencial para a prevenção da violência) Limites colocados com firmeza e serenidade são expressões de amor e de cuidado que estimulam crianças e jovens a se desenvolverem plenamente como pessoas capazes de dar contribuições positivas para a sociedade. É o que diz a psicologia.
(Maria Thereza Maldonado – O Globo, 24 de abril de 2003, com adaptações)

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